Tudo sobre Inteligência Artificial
Macaozinho é o nome do novo chatbot especializado em informações sobre mudanças climáticas. A ferramenta de inteligência artificial foi lançada como parte da COP30, realizada nesta semana em Belém, no Pará. Com nome inspirado nas araras brasileiras, a IA está disponível em mais de 50 idiomas.
O grande diferencial do Macaozinho é que o modelo foi treinado com documentos oficiais de órgãos da ONU, como a UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, na sigla em inglês) e o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas).
O chatbot está disponível em macaozinho.com e routetobelem.com/macaozinho; em breve, estará no WhatsApp. A tecnologia foi testada de maneira restrita na Conferência do Clima em Bonn, na Alemanha, em junho.
Combate às fake news
Para os organizadores da COP30, a ferramenta é uma grande aliada no combate às notícias falsas sobre mudanças climáticas. Ela pode ser utilizada por públicos com maior ou menor grau de familiaridade com temas ligados a negociações internacionais sobre o clima, tais como:
- Público em geral, que, por exemplo, ouve falar da importância das NDCs mas não conhece a sigla. O Macaozinho explica que as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) são metas definidas pelos países para reduzir emissões e acrescenta que 2025 é o ano de revisão dessas contribuições e que, por isso, elas estarão no foco da COP em Belém;
- Delegações, que podem usar o Macaozinho para apoiar seus negociadores a rastrear textos discutidos, recuperar precedentes e cruzar dados para embasar argumentos. Podem também traduzir, sintetizar e analisar com precisão técnica documentos complexos, como o texto aprovado na Rio92 ou as metas do Protocolo de Quioto;
- Grupos envolvidos em ações climáticas, como organizações, governos, empresas e academia. O Macaozinho apoia na capacitação técnica dos envolvidos, por exemplo, ao explicar de forma acessível jargões complexos, como mercados de carbono.
“O Macaozinho é incrível e o mundo precisa conhecê-lo. Ele precisa ser difundido para todos os negociadores”, afirmou Mohamed Nasr, embaixador egípcio e líder da presidência da COP27. “Fiquei impressionado com este bot”, disse Richard Muyungi, da Tanzânia, presidente do African Group of Negotiators que usou o Macaozinho em swahili.
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Mais necessário do que nunca
Um relatório recente do Observatory for Information Integrity (OII) identificou uma onda de conteúdos falsos ou enganosos sobre a COP30. O documento aponta mais de 285 menções ao evento em grupos brasileiros no Telegram que espalham teorias da conspiração e atacam a conferência e soluções climáticas em geral.
E quem estaria por trás da desinformação climática? O setor de combustíveis fósseis, representado por empresas de energia, transporte e agricultura, segundo um levantamento da organização de vigilância Climate Action Against Disinformation (CAAD).
Em 2023, às vésperas da COP28, Shell, a ExxonMobil, a BP e a TotalEnergies foram identificadas como financiadoras de 98% dos anúncios com informações falsas sobre o clima no Facebook. Juntas, as empresas gastaram US$ 5 milhões (R$ 26 milhões) com propaganda enganosa.
Fonte: Olhar Digital
